Reciclar Metal Duro é preciso

Reciclar Metal Duro é preciso

Reciclar Metal Duro é preciso



Até não muito tempo atrás um dos destinos mais prováveis para as ferramentas de metal duro usadas eram as caçambas de cavaco. Sob a ótica atual da sustentabilidade, um desperdício absurdo de recursos naturais não renováveis, pois são compostas de materiais de alto valor, como cobalto, níquel, tântalo e, especialmente, tungstênio.


Hoje, ainda que essa prática não tenha sido totalmente eliminada, o mais provável é que as sucatas de metal duro sejam depositadas em recipientes adequados, armazenadas e destinadas à reciclagem. Senão para preservar os recursos naturais do planeta, pelo crescente valor econômico que a sucata de metal duro alcançou nos últimos anos. Seguindo as leis da oferta e procura, o preço dobrou nos dois anos anteriores à crise internacional.


E porque ocorreu essa valorização? De um lado, porque os preços do tungstênio subiram dramaticamente a partir de 2005 - triplicaram em pouco mais de 12 meses -, resultado de medidas de controle das exportações adotadas pela China, país onde se localizam mais de 60% das reservas conhecidas de tungstênio e que responde por mais de 70% da produção atual. De outro, porque a evolução tecnológica ocorrida no processo de reciclagem permitiu a recuperação de praticamente todos os materiais presentes na composição do metal duro.


Muitas pessoas acreditam que a reciclagem de metal duro possibilita apenas o uso do material reciclado em ferramentas menos nobres, como calços, bicos de jateamento ou ferramentas de desgaste. Essa visão era válida até alguns anos atrás. Hoje, processos com adição de zinco em altas temperaturas ou por oxidação, entre outros, permitem recuperar o tungstênio presente nas ferramentas usadas e sua reconversão em pó, com grau de pureza suficiente para retornar ao processo de sinterização. Hoje, uma ferramenta de metal duro, seja ela um inserto ou uma broca inteiriça, pode conter cerca de 20% de material reciclado em sua composição, sem prejuízo de suas características, como resistência mecânica ou ao desgaste.


Esse conjunto de fatores promoveu substancial alteração nesse mercado. Até 2005, em sua maioria, os fabricantes de ferramentas atuavam apenas na coleta das sucatas, em grande parte para atender as normas ISO 14.000. A reciclagem do material recolhido, porém, ficava sob responsabilidade de terceiros, em geral mineradoras ou empresas ligadas ao fornecimento de matérias-primas.


Com o aumento dos preços do tungstênio e o temor gerado por possíveis novas ações de controle por parte do governo chinês, os fabricantes resolveram investir também nesse campo, até como garantia de sobrevivência no mercado. Atualmente, quase todos os grandes players mundiais de ferramentas para usinagem têm um programa de coleta em escala mundial e plantas próprias de reciclagem. Os que ainda não têm certamente estão estudando alternativas.


A verdade é que a reciclagem tende a crescer ainda mais em importância. Embora existam limites para adição de materiais reciclados - e isso vale para vários metais e não apenas para o tungstênio -, é possível que a evolução dos processos venha a permitir a ampliação do volume atual no mix com minério puro. Assim, em cinco ou dez anos, talvez ocorra uma inversão, com os fabricantes procurando a imprensa para divulgar os valores investidos em reciclagem, capacidade de reciclagem, quantidade coletada e, como ocorre hoje com o alumínio, quais os países com maior índice de reciclagem de metal duro.


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